domingo, 19 de fevereiro de 2023

CRENTE COM NOME SUJO NO SPC

 


Antes de qualquer coisa preciso afirmar que não estou generalizando.

 Bem sei que existem casos diferenciados de irmãos que se endividaram em virtude do desemprego, enfermidade ou até mesmo da morte de um ente querido, entretanto, para nossa tristeza existe um número considerável de cristãos que ao contrário do que deviam agem desonestamente não honrando suas dívidas, nem tampouco pagando suas contas.

Apóstolo Paulo ao escrever a epístola aos Romanos ensina que os cristãos não podem dever nada a ninguém. 

A ninguém devais coisa alguma, a não ser o amor com que vos ameis uns aos outros; porque quem ama aos outros cumpriu a lei." ( Romanos 13:08). 

No entanto, ao contrário disso um número incontável de evangélicos brasileiros encontram-se absolutamente endividados.  Infelizmente sei de casos de pessoas que em nome da  "bênção" e da prosperidade gastam mais do que ganham. 

Para piorar a situação, existem aqueles que  pegam dinheiro emprestado e não pagam os seus credores, isso sem falar é claro, naqueles que fazem crediários, empréstimos dando calote no comércio.

Por que será então que muitos que se dizem cristãos em nosso país são desonestos e não pagam suas dívidas?
 
1- Pelo fato de não terem nascido de novo. Isso se deve ao ponto de que não terem entendido a mensagem do Evangelho. Lamentavelmente um número considerável de "frequentadores" de igreja nada sabem sobre pecado, inferno, perdão, Salvação, Cristo e Evangelho. 
 
2- Por que  ouviram um falso evangelho que está fundamentado tanto  na confissão positiva, como na teologia da prosperidade cujo deus é o secularismo.
 
3- Pelo inconsciente coletivo tupiniquim que nos incentiva a uma vida de desonestidade.
 
Pois é, este mundo pós-moderno se caracteriza por um estilo de vida hedonista aonde o que importa é satisfazer prioritariamente suas vontades, independente de que isso signifique atropelar conceitos e pessoas. Infelizmente as relações neste inicio de século XXI se fundamentam em trocas e barganhas onde o mais importante é descobrir o que eu posso ganhar e lucrar.
 
Em nosso país, é muito comum, ouvirmos dos lábios daqueles que nos relacionamos o que é que se pode ganhar com aquele tipo de atitude ou comportamento. Lembro que na década de 70 existia uma propaganda vinculada em rede de TV sobre uma marca de cigarro, na qual o ex-jogador da seleção brasileira Gérson era o protagonista. A propaganda dizia que comprar o cigarro em questão era vantajoso por ser melhor e mais barato que as outras marcas. E ao no final do comercial Gérson zombeteiramente dizia:"Você também gosta de levar vantagem em tudo, certo?”

Com o passar dos anos a propaganda captou um elemento de identificação que estava no imaginário popular. O jargão usado na época se transformou então naquilo que hoje denominamos de lei de Gerson, a qual passou a funcionar como mais um elemento na definição da identidade nacional e o símbolo mais explícito da nossa ética ou falta dela.
 
Por fatores dos mais diversos, a sociedade brasileira vem vivendo há muitos anos debaixo de uma enorme crise moral e relacional. E claro, como não poderia deixar de ser, a igreja evangélica também. Há pouco tempo, ouvi a história de um crente que ao ser reprovado no exame de uma auto-escola, recebeu a proposta por parte do examinador de pagar por fora R$ 50, 00, a fim de que o exame fosse refeito. Tal “irmão” sem titubeios prontamente aceitou, dizendo ser aquilo a uma grande benção de Deus, afinal de contas o que importa é não perder.
 
Diante deste triste relato sou obrigado a lhe perguntar: Será que os fins justificam os meios? Será que devemos dar um “jeitinho” em tudo para atingirmos os nossos objetivos? Será que sempre tenho que ganhar alguma coisa? Ora, claro que não. Entretanto, essa sociedade encontra-se tão adoecida, que práticas como esta, se entranharam em nossos hábitos e costumes, fazendo-nos achar que não existe nenhum mal em subornar alguém. Junta-se a isso o fato de que as relações interpessoais são egoístas, manipuladores e utilitárias. Na verdade, parece que vivemos debaixo de uma síndrome, onde o que é importa é prevalecer sobre o outro, independente de que para isso precisemos atropelar conceitos, princípios e vidas.
 
Como cristãos, somos desafiados a não vivermos segundo as regras deste sistema. De maneira alguma podemos permitir que valores antiéticos e amorais conduzam nossas vidas. Na perspectiva bíblica jamais nos será permitido negociarmos o inegociável, nem tampouco, instrumentalizarmos as pessoas com vistas ao nosso sucesso pessoal. Os pressupostos do reino nos motivam a vivermos uma vida justa, reta e equânime, onde nem sempre ganhamos.
 

Com que dívidas devemos nos preocupar? A Bíblia diz em Romanos 13:8: “A ninguém devais coisa alguma, senão o amor recíproco; pois quem ama ao próximo tem cumprido a lei.”

Pague as suas contas e dívidas a tempo. A Bíblia diz em Provérbios 3:27-28: “Não negues o bem a quem de direito, estando no teu poder fazê-lo. Não digas ao teu próximo: Vai, e volta, amanhã to darei; tendo-o tu contigo.”

Você não é totalmente livre enquanto tem dívidas. A Bíblia diz em Provérbios 22:7: “O rico domina sobre os pobres; e o que toma emprestado é servo do que empresta.”

Eu sempre ouvia pessoas dizerem que há crentes velhacos, mas nunca acreditei, ou pelo menos nunca quis admitir que isto fosse verdade. Para mim, isto não passava de "intriga da oposição" e me negava a acreditar.

Afinal, como pode uma pessoa crente em Jesus, lavada com o seu precioso sangue, salva, redimida e ao mesmo tempo viver na velhacaria comprando e não pagando, pegando emprestado e não devolvendo e dando prejuizo na praça? Isto sempre me pareceu inconcebível, contraditório e paradoxal.

Sempre ouvi dizer que há pessoas assim na igreja. Nos cultos de doutrina o pastor falava sobre este assunto e sobre a necessidade de ser honesto, ter caráter - qualidades estas que devem ser inerentes ao crente como exemplo de vida e espelho para a sociedade. Entretanto, com o tempo acabei descobrindo que há pastores que também são velhacos e tem o nome sujo na praça. Quanta decepção!

Caminhando um pouco mais na fé me deparei com pessoas assim, e por algumas vezes fui vítima desses crentes que vêm sempre com o mesmo papo e acabam, na maioria das vezes, nos sensibilizando e conseguindo o seu intento. Depois, fogem de nós, e qando os cobramos só faltam chorar inventando mil desculpas para não pagar. Por fim, perdoamos a dívida, mas não esquecemos.

Existem pessoas na igreja que são autênticos "profissionais" nesta área. Vivem às custas dos irmãos, dependem da igreja, pedem emprestado, mas depois fingem que nem nos conhecem. Pior: ficam devendo no comércio e ás vezes envolvem o nome da igreja causando escândalo e manchando o nome dos verdadeiros cristãos. Isto é mais sério do que parece, pois eu nunca soube que ninguém fosse advertido, punido ou excluido por ser velhaco. E eles não trazem uma estrela na testa.

O mau pagador não serve para ser um amigo, pois poderá nos prejudicar, inclusive sujar o nosso nome na praça. É pior do que um inimigo, por ser dissimulado e por isto é extremamente perigoso. Quem quer um amigo destes? A igreja tem sofrido muito com a presença destas pessoas no seu convívio, inclusive há casos entre os obreiros. Se a pessoa não cuida de seus negócios pessoais e vive dando calote, como pode ser um obreiro da Igreja de Cristo?

Eu sempre ouvi dizer, mas nunca quis acreditar. Achava impossível que isto pudesse existir na igreja, mas hoje sou vítima deste tipo de pessoa e, infelizmente, sinto na pele esta triste e lamentável realidade. Acredito que muitos leitores já tiveram esta experiência; acredito até que muitas pessoas já deixaram a igreja por este motivo, decepcionadas com esses falsos irmãos.

Precisamos ter muito cuidado com este tipo de gente que adentra as nossas igrejas e, aproveitando da boa fé dos irmãos, aplicam golpes depois desaparecem ou continuam entre nós como se nada tivessem feito, como se nada tivesse acontecido. Deus nos guarde deste tipo de gente! A Bíblia diz: "O ímpio toma emprestado, e não paga; mas o justo compadece-se e dá". (Salmos 37. 21).



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