quinta-feira, 4 de janeiro de 2024

GRATIDÃO OU INGRATIDÃO

 

Como é doloso ser tratado com ingratidão por pessoas que amamos! Uma pessoa ingrata nunca se satisfaz, sempre quer mais. A natureza humana é ingrata desde o jardim do Éden quando não agradeceram pelas milhares de frutas que podiam comer e só quiseram aquele fruto proibido (Gênesis 3.1-8).
Jesus fez tudo por nós e também enfrentou a ingratidão. Certa vez mandou os leprosos ir se apresentar ao sacerdote para cumprir o mandamento da lei (v. 14 = Levítico 14.1-32) e “indo” (v.14) enquanto iam, foram curados por Deus. Contudo apenas um voltou “dando glória a Deus em voz alta” (v.15).
Qual a diferença entre os 9 leprosos ingratos e o único leproso grato? Qual a diferença de uma pessoa que tem gratidão para uma pessoa ingrata? A diferença é que os nove leprosos ingratos foram seguir sua vida e não votaram para a agradecer, também não receberam nenhuma bênção mais, somente aquela cura. Já o leproso grato, voltou e Jesus lhe disse: “levanta-te e vai, a tua fé te salvou”, ou seja, recebeu além da cura, a salvação. Quando somos gratos, Deus sempre tem mais para nos dar.

Você tem sido Grato a Deus e às pessoas?

Vamos ver algumas características da gratidão e da ingratidão:

  1- Gratidão é VER e ingratidão é CEGA: v.17

A primeira característica da ingratidão é a cegueira, pois a pessoa ingrata não consegue perceber o que recebe de bom e só vê o que é ruim. Pode receber um grande benefício e não enxergar, mas vê um pequeno defeitinho. Como se eu ganhasse um carro novo e só reparasse em um arranhão que tivesse. Uma pessoa grata percebe qualquer gesto, mesmo um bom dia e por isso agradece.
Os nove leprosos ingratos, não olharam para Jesus, nem O viram, só queriam ser curados. O único leproso grato olhou para Jesus, viu suas chagas antes e depois que foi curado, por isso tinha gratidão.
Você tem visto as coisas boas que as pessoas fazem ou somente as coisas ruins?
Olhe e veja coisas boas acontecendo ao seu redor!

2- Gratidão é LEMBRAR e ingratidão é ESQUECER: v.15

Outra característica da ingratidão é o esquecimento. Talvez os nove leprosos ingratos tenham se esquecido do rosto de Jesus dizendo que não se lembravam mais quem os curou, ou se esqueceram do lugar que Jesus estava, mas o fato é que se esqueceram. Às vezes se esqueceram até que eram leprosos. Para o único leproso grato, o rosto de Jesus era inesquecível e procurou saber onde Jesus estava para agradecer.
A pessoa ingrata não se lembra do que lhe foi feito mesmo que tenha sido a um segundo. Sua mente é bloqueada para não lembrar o que recebe de bom, mas o que acontece de ruim se lembra todos os dias mesmo que tenham se passado anos. A mente da pessoa ingrata não consegue se lembrar por que está sempre ocupada pesando em si mesmo e só quer mais. Já a pessoa grata se lembra mesmo que a própria pessoa que o ajudou se esqueça do bem que fez.
Você se lembra de algo de bom que alguém tenha lhe feito, mesmo que seja pouco?
Procure se lembrar de algum fato para agradecer!

3- Gratidão é FALAR e ingratidão é CALAR: v.15

O ingrato se cala diante do que recebe de bom, mas abre a boca bem alta para pedir e muito mais para reclamar se faltar alguma coisa. A pessoa grata não fica em silêncio, mas diz ‘muito obrigado’ por qualquer coisa que recebe.
Os nove leprosos ingratos chegaram gritando pedindo para ser curados (v.13), mas depois não falaram nada. O único leproso grato voltou “dando glória a Deus em voz alta” (v.15).
Não adianta apenas lembrar o que recebeu de bom, é preciso também expressar para que a pessoa saiba.
Você tem falado palavras de gratidão ou tem se calado?

Expresse seu agradecimento em palavras!

Exercite a gratidão!

CONCLUSÃO

Precisamos lutar contra nossa natureza carnal e ingrata. Para isso podemos guardar as palavras deste sermão e exercitar estas três ações:

Gratidão = VER + LEMBRAR + FALAR
Ingratidão = cega + esquecida = muda

Não seja cego, esquecido e mudo.

Veja, lembre e fale agradecendo a todos por tudo.

Ore a Deus para que mude seu olhar, sua mentalidade e seu falar e depois que coloque o capacete da salvação [Efésios 6.17] para proteger sua cabeça te mantendo puro.


CORTANDO O CORDÃO UMBILICAL COM FAMILIARES

 

Estando em sociedade aprendemos a conviver em diferentes meios e grupos específicos. Contudo, nosso primeiro contato em sociedade e de onde tiraremos nossos aprendizados primordiais, vem da nossa principal relação, em família.

Porém, nem sempre há uma relação saudável entre os membros da família, e em muitos casos nem mesmo há a percepção dos indivíduos de que aquela situação é prejudicial aos mesmos.

Existe uma designação que encube bem os relacionamentos que geram esse tipo de toxicidade. A chamada família disfuncional é aquela em que não há limite claros e saudáveis para cada um, onde há conflitos, má conduta e muitas vezes abusos, que nem sempre serão físicos, e sim, mentais. Esse tipo de comportamento pode ser de forma sutil, e gerar a acomodação dos que estão envolvidos e a sua volta, tornando-se algo corriqueiro e da rotina.

Se ainda é difícil entender bem como funciona, vamos imaginar algumas situações, que em até alguns casos são romantizadas pela sociedade como algo “bom” e de “valor.

Uma mãe cria sua filha durante boa parte da vida sozinha, e com o amadurecimento e vida adulta, a filha se vê como responsável financeiramente e emocionalmente pela mãe. Além de se tornar presa aos problemas de sua progenitora de forma geral, que em sua maioria só são resolvidos pela filha, ainda se tem o fato de que os problemas em sua maioria não são resolvidos para que a filha se mantenha nesse ciclo vicioso.

Outro exemplo claro, é quando há a separação de forma extremamente conturbada dos chefes da família, e logo em seguida, em sua grande maioria, o filho homem (Caso haja) assume a posição de chefe da casa. Além de ter que lidar com as transformações de criança para adolescente, o jovem assume responsabilidades maiores que não deveriam ser incumbidas a ele.

E algo que acontece com muita frequência que pode dar continuidade a esses exemplos, é o clássico caso da mãe, que mesmo após seus filhos estarem adultos, com responsabilidades, ainda se manter como financiadora e responsável por conduzir a vida dos mesmos. Ou mudando de figura, a irmã ou irmão mais velho, que na mesma situação acima citada, se vê na obrigação de arcar com as responsabilidades e despesas de seus irmãos mais novos, mesmo sabendo que eles possuem plena capacidade de lidar sozinhos com a vida.

Todas as situações acima, embora possam ser romantizadas muitas vezes, acabam se tornando algo prejudicial, pois colocar sobre os ombros dos membros de uma família, responsabilidades que muitas vezes não são necessárias para a pessoa.

Com isso algum membro pode deixar de passar pelo processo de amadurecimento necessário, sendo obrigado a assumir funções, que de fato não deveria. Pode haver sobrecarga e até mesmo falta de espaço e tempo para desenvolvimento pessoal.

Devemos ter em mente, que assumir responsabilidades que estão acima do que podemos realizar ou devemos realizar nos prejudica, além disso, não demonstra que somos mais altruístas, responsáveis ou temos amor além da conta. Pelo contrário, só demonstra o quando mendigamos de ações para nos mostrar presentes, ou quanto fomos confundidos por não termos tido limite estipulados em nossa convivência por outros e por nós mesmos.

Sair de um tipo de relacionamento assim pode ser algo muito complicado, mas, a partir do momento em que tomamos conhecimento de que estamos em uma situação desse tipo, as nossas ações para melhorarmos podem ser iniciadas de forma efetiva.

Podemos ter esse despertar de formas até bem mais simples do que imaginamos, como através da conversa com um amigo que consegue enxergar a situação pelo “lado de fora”. Outrora, também podemos demorar mais tempo para nos atentarmos a isso, e até mesmo insistir que é normal agir da forma que se está agindo, e nesses casos, o auxílio de um profissional para dar esse start é essencial.

processo de terapia irá auxiliar não só a pessoa em questão a pensar melhor de forma individual, mas, a olhar como um todo a situação em que está envolvida, desenvolvendo mais senso de amor próprio e criticidade.

Contudo, se possível realizar um processo de terapia em grupo, é indicado e até mesmo melhor, afinal, dessa forma todos poderão partilhar dos pontos de vistas um dos outros, propiciando um melhor entendimento do papel de cada um e deveres dentro da comunidade familiar.

Portanto, é necessário entender que muitas vezes como agimos pode ser algo pré-programado pela convivência e rotina, mas, não nos devemos deixar levar e agir para sermos sempre o melhor para nós e quem está a nossa volta.

Sempre pense muito em suas ações, e como aquilo irá te beneficiar e a quem está a seu redor, da mesma forma, que jamais assuma responsabilidades que não são suas. Sempre que necessário busque ajuda, principalmente de profissionais, e se recorde que o maior bem do qual deve cuidar, é da sua vida, sempre em primeira ordem.

A VERDADEIRA FAMÍLIA DE JESUS


Fazer a vontade de Deus é o requisito que Jesus nos apresenta para também sermos considerados da Sua família. 

Portanto, não é difícil para nos imaginarmo membros da família de Jesus. 

Ele mesmo o diz e aponta para nós, como fez quando distinguiu os Seus discípulos: eis minha mãe e meus irmãos. 

Pois todo aquele que faz a vontade do meu Pai, que está nos céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe.

Mt 12,46-50

Ao declarar que todo aquele que faz a vontade de Deus é a Sua família, Ele não estava renunciando à Sua família segundo a carne. Como filho mais velho, Ele continuou a cuidar do bem estar da Sua mãe. Isto foi comprovado quando, ao dar a Sua vida na cruz, Ele passou essa responsabilidade ao discípulo a quem ele amava.

Simplesmente Jesus define claramente que o parentesco de ordem humana, seja a mãe, os irmãos ou irmãs que ele tinha, não têm qualquer significação no Reino de Deus.

O relacionamento mais chegado do Senhor Jesus é com o Seu Pai, que está nos céus, o próprio Deus Pai. O único “parentesco” permanente que Ele pode ter é de ordem espiritual – e é com aqueles que fazem a vontade de Deus. A estes, Ele chama de meus irmãos.

Deixando de lado os laços sangüíneos, representado pelo parentesco segundo a carne com sua mãe e seus irmãos, o Senhor Jesus passará agora a ampliar o Seu ministério a todos aqueles que O receberem, sem distinção entre judeus e gentios. Não se dará mais exclusividade a Israel, devido à sua incredulidade e rejeição.

O relacionamento segundo a carne passa a ser inteiramente superado por afinidades espirituais. A obediência a Deus é agora o fator predominante e definitivo para estabelecer tais afinidades, sem outra distinção qualquer.

O mesmo se aplica a todo aquele que recebe Cristo como o seu Senhor e Salvador. Ele disse: Se alguém vem a mim e ama o seu pai, sua mãe, sua mulher, seus filhos, seus irmãos e irmãs, e até sua própria vida mais do que a mim, não pode ser meu discípulo. Nosso relacionamento espiritual com Cristo produz um vínculo maior do que nosso parentesco de sangue.

Jesus não perdia tempo, por isso, ele aproveitava todos os momentos para dirigir ao povo, mensagens de vida e conversão. A Mãe de Jesus, em tudo fez a vontade do Pai, desde a encarnação até a morte e ressurreição de Jesus. Soube confiar no plano de Deus e, por isso, é chamada de co-Redentora, pois contribuiu para que tudo se realizasse.

Maria fez a vontade de Deus! José foi um homem ajustado ao Plano de Deus, e você?- Você se considera da família de Jesus? – Jesus aponta para você também quando pronuncia estas palavras? – Você é um (a) discípulo (a) fiel? Se fores diga graças à Deus. E senão é tempo para você se converter e mudar de vida. Veja que os discípulos deixaram suas famílias, abandonaram-se à vontade do Pai e uniram-se à nova família, em torno de Jesus. Agora é a sua vez meu irmão, minha irmã!

Pai reforça os laços que me ligam aos meus irmãos e irmãs de fé, de forma a testemunhar que formamos um só corpo e uma só alma quem Cristo Jesus teu filho muito amado e que por amor morreu e ressuscitou. Amém!

QUEM É VOCÊ QUANDO NINGUÉM ESTA OLHANDO?

 

Apesar da responsabilidade de ser modelo e referência aos liderados, a preocupação não deve ser preservar o bom testemunho apenas quando somos vistos. É possível ter desvios de conduta fora de vigilância, mas viver de forma teatral diante de observadores.

Uma definição popular e antiga é: “Caráter é o que você é quando ninguém está olhando”. Aliás, aproveito aqui para recomendar a leitura.

Reputação é o que os homens pensam de nós; caráter, o que Deus sabe de nós.”

Quem é Você Quando Ninguém Está Olhando?”. A conduta dúbia, com comportamentos diferentes quando há ou não plateia, revela a necessidade de se trabalhar verdadeiramente o caráter. 

Os homens mostram seu caráter de maneira mais clara nas trivialidades, quando não estão sendo observados”.

Moisés foi exemplo de grande líder. Certamente, pode ser considerado o maior vulto do Antigo Testamento. Ainda assim, teve que lidar com o mesmo tipo de fraquezas e limitações que ministros de todas as épocas, tal qual o profeta Elias – de quem a Palavra de Deus afirma:

“era homem semelhante a nós, sujeito aos mesmos sentimentos” (Tg 1.17).

Esses dois gigantes espirituais terem sido usados por Deus de forma extraordinária não anula o fato de que eram homens. Eles também precisaram ser trabalhados pelo Senhor, assim como você e eu necessitamos.

Observe um episódio da vida de Moisés:

“Naqueles dias, sendo Moisés já homem, saiu a seus irmãos e viu os seus labores penosos; e viu que certo egípcio espancava um hebreu, um do seu povo. Olhou de um e de outro lado, e, vendo que não havia ali ninguém, matou o egípcio, e o escondeu na areia. Saiu no dia seguinte,e eis que dois hebreus estavam brigando; e disse ao culpado: Por que espancas o teu próximo? O qual respondeu: Quem te pôs por príncipe e juiz sobre nós? Pensas matar-me, como mataste o egípcio? Temeu pois, Moisés e disse: Com certeza o descobriram. Informado desse caso, procurou Faraó matar a Moisés; porém Moisés fugiu da presença de Faraó e se deteve na terra de Midiã; e assentou-se junto a um poço.” Êxodo 2.11-15

Observe a frase “olhou de um e de outro lado, e, vendo que não havia ali ninguém, matou o egípcio”. Por qual motivo Moisés olhou para os lados? Você acha que se houvesse testemunhas ele mataria o egípcio? É claro que não!

Naquele momento, ter ou não público determinou o comportamento de Moisés.

Muitas vezes agimos de forma semelhante. Porém, se você não faria algo na frente de outros, também não deveria fazer quando se encontra sozinho. Se, aquilo que você assiste no seu celular ou num quarto ou na sala de sua casa o no seu trabalho quando está sozinho, não teria coragem de assistir com alguém ao seu lado, então é óbvio que não devia estar assistindo a sós.

A coragem de Moisés, de matar o egípcio, proveio da falta de testemunhas. O mesmo acontece hoje. Acreditamos que, se ninguém está vendo, ninguém ficará sabendo. Porém o texto bíblico nos ensina que, mesmo o que achamos que ninguém viu, será descoberto. Uma lição fácil de se aprender com o cadáver do egípcio, que não permaneceu escondido.

NÃO VIVA EM FUNÇÃO DA VIGILÂNCIA DOS HOMENS

Caráter tem a ver com os valores que cultivamos no íntimo, os quais nos obrigamos a praticar mesmo sem ninguém para observar.

Quem deixa de fazer o mal apenas porque está sendo vigiado não está preocupado com caráter, mas somente com reputação, ou seja, com o que pensam dele. Cito aqui uma boa distinção entre caráter e reputação que ouvi de meu amigo Danilo Figueira, pastor da Comunidade Cristã de Ribeirão Preto:

“O que sou à luz determina minha credibilidade. O que sou no escuro determina minha autoridade. Diante dos homens precisamos de reputação, pois ela traz credibilidade, mas diante de Deus o que vale é o caráter. É daí que vem a autoridade”.

Zelar pela reputação é bom, não podemos falar contra isso. Até porque a Palavra de Deus nos ensina a dar valor a ela:

“Mais vale o bom nome do que as muitas riquezas; e o ser estimado é melhor do que a prata e o ouro.” Provérbios 22.1

A Nova Versão Internacional (NVI) traz a seguinte versão desse versículo:

“A boa reputação vale mais que grandes riquezas; desfrutar de boa estima vale mais que prata e ouro”.

Um bom nome (ou boa reputação) é um dos maiores tesouros que podemos cultivar. No entanto deve ser extensão
do caráter, e não uma forma de enganar aos que não conseguem ver nosso íntimo. Jesus confrontou os fariseus, repetidas vezes, por causa disso. Ele nos ensinou que uma boa reputação sem caráter não passa de hipocrisia!

“Tenham o cuidado de não praticar suas obras de justiça diante dos outros para serem vistos por eles. Se fizerem isso, vocês não terão nenhuma recompensa do Pai celestial” Mateus 6.1

 Obviamente Jesus não fala contra o ser visto pelos homens – uma vez que, no mesmo sermão do Monte, ele já havia dito que nossas boas obras, quando vistas pelos homens, podem levar outros a glorificar a Deus.

“Assim brilhe a luz de vocês diante dos homens, para que vejam as suas boas obras e glorifiquem ao Pai de vocês, que está nos céus” Mateus 5.16

Jesus confrontava os fariseus pelo fato de que eles só faziam o bem porque queriam ser vistos pelos homens. Estavam apenas construindo reputação. Não fariam em oculto, no privado, aquilo que se propunham a fazer à luz, em público.

O mesmo ensino é encontrado em diferentes porções das Escrituras Sagradas. Observe o que Paulo falou acerca do comportamento que os servos devem ter:

“Escravos, obedeçam em tudo a seus senhores terrenos, não somente para agradá-los quando eles estão observando, mas com sinceridade de coração, pelo fato de vocês temerem o Senhor. Tudo o que fizerem, façam de todo o coração, como para o Senhor, e não para os homens, sabendo que receberão do Senhor a recompensa da herança. É a Cristo o Senhor, que vocês estão servindo.” Colossenses 3.22-24

Repare na frase “não somente para agradá-los quando eles estão observando”. Indica que a produtividade do cristão não deveria melhorar só quando conta com uma plateia. Por essa razão, acrescenta a frase “mas com sinceridade de coração”, que denuncia o fingimento quando se faz só para ser visto. Então o apóstolo nos leva ao entendimento do que é caráter: “Tudo o que fizerem, façam de todo o coração, como para o Senhor”.
Esse é o segredo!

Não posso evitar o mal ou dedicar-me a fazer o bem só quando sou visto pelos homens. Mesmo que ninguém esteja me olhando, Deus vê. E é a Ele que devo me empenhar em honrar e agradar.

Com isso em mente, atente ao exemplo bíblico de integridade de José:

“E, depois de certo tempo, a mulher do seu senhor começou a cobiçá-lo e o convidou: ‘Venha, deite-se comigo!’ Mas ele se recusou e lhe disse: ‘Meu senhor não se preocupa com coisa alguma de sua casa, e tudo o e tem deixou aos meus cuidados. Ninguém desta casa está acima de mim. Ele nada me negou, a não ser a senhora, porque é a mulher dele. Como poderia eu, então, cometer algo tão perverso e pecar contra Deus?’ Assim, embora ela insistisse com José dia após dia, ele se recusava a deitar-se com ela e evitava ficar perto dela. Um dia ele entrou na casa para fazer suas tarefas, e nenhum dos empregados ali se encontrava. Ela o agarrou pelo manto e voltou a convidá-lo: ‘Vamos, deite-se comigo!’ Mas ele fugiu da casa, deixando o manto na mão dela.” Gênesis 39.7-12


 Aprendo muito com o comportamento de José. Ele não estava preocupado apenas com sua reputação, com o que os homens diriam a respeito dele. Caso contrário, teria aproveitado as “oportunidades” que teve de se deitar com a mulher de Potifar. Até porque ele teve o “cenário perfeito” para o deslize quando se viu sozinho com ela em casa. Nenhum dos empregados estava ali. Seria, na perspectiva maligna, a “hora perfeita” para fazer aquilo sem ser visto por mais ninguém. Porém a Bíblia revela duas lições importantes sobre a atitude do homem de Deus

1. Ele se recusava a deitar com ela e…
2. Evitava ficar perto dela.

A decisão de recusar deitar-se com aquela mulher mostra integridade. Já a decisão de evitar ficar perto dela revela o reconhecimento de sua fragilidade. Reconhecer o perigo da queda leva a andar em vigilância. A Palavra de Deus alerta que quem brinca com fogo acaba se queimando:

“Pode alguém colocar fogo no peito sem queimar a roupa? Pode alguém andar sobre brasas sem queimar os pés?”
Provérbios 6.27,28

Penso que, quando a Sagrada Escritura registra que José fugiu da casa, aponta para uma atitude prudente, porém a própria prudência revela que a tentação se fez presente. Não acho que José fugiu com medo de ser violentado pela mulher. Acredito que ele foge para evitar embaraçar-se num laço maligno que se apresentou de forma bem atraente. Penso que o homem de Deus fugiu dele mesmo!

José queria agradar a Deus. Ele não falou apenas sobre pecar contra seu senhor terreno, mas contra o Senhor Celestial: “Como poderia eu, então, cometer algo tão perverso e pecar contra Deus?”.

Aqui temos um dos pontos altos da lição que José ensina: Não importa se há ou não testemunhas humanas, os olhos de Deus estão sobre nós.

O DEUS QUE TUDO VÊ

Deus é chamado, na Bíblia, pelo nome de “El-Roí”, que significa “o Deus que tudo vê” (Gn 16.13). Esse é um entendimento que devemos absorver profundamente.

Quando Adão e Eva pecaram e acreditaram que poderiam esconder-se, esqueceram-se do Deus que tudo vê.

Quando Moisés olhou de um e outro lado e encorajou-se a matar o egípcio, porque não havia testemunhas, esqueceu-se do Deus que tudo vê.

Quando Davi mandou trazer Bate-Seba para o palácio, esqueceu-se que, mesmo que Urias, o marido dela, não descobrisse a verdadeira paternidade da criança gerada em uma relação adúltera, há um Deus que tudo vê.

Quando a Bíblia fala de Jesus com olhos como chama de fogo, na carta à Igreja de Tiatira, está se referindo ao fato de que Ele vê o pecado e trata com ele:

Ao anjo da igreja em Tiatira escreve: Estas coisas diz o Filho de Deus que tem os olhos como chama de fogo e os pés semelhantes ao bronze polido: Conheço as tuas obras, o teu amor, a tua fé, o teu serviço, a tua perseverança e as tuas últimas obras, mais numerosas do que as primeiras. Tenho, porém, contra ti o tolerares que essa mulher, Jezabel, que a si mesma se declara profetisa, não somente ensine, mas ainda seduza os meus servos a praticarem a prostituição e a comerem coisas sacrificadas aos ídolos. Dei-lhe tempo para que se arrependesse; ela todavia, não quer arrepender-se da sua prostituição. Eis que a prostro de cama, bem como em grande tribulação os que com ela adulteram, caso não se arrependam das obras que ela incita. Matarei os seus filhos, e todas as igrejas conhecerão que eu sou aquele que sonda mentes e corações, e vos darei a cada um segundo as vossas obras” Apocalipse 2.18-23

O conceito de um Deus que tudo vê não se limita a um Deus que consegue se manter bem informado, e sim ao que Ele fará com aquilo que vê. Todos nós prestaremos contas ao Deus que tudo vê. Essa é uma verdade ampla e claramente ensinada na Palavra de Deus, que também ensina que os olhos do Senhor estão em todo lugar e atentam para cada
passo do homem – não apenas alguns:

“E não há criatura que não seja manifesta na sua presença, pelo contrário, todas as coisas estão descobertas e patentes aos olhos daquele a quem temos de prestar contas.” Hebreus 4.13

“Os olhos de Deus estão sobre os caminhos do homem e veem todos os seus passos.” Jó 34.21

“Porque os caminhos do homem estão perante os olhos do Senhor, e ele considera todas as suas veredas.” Provérbios 5.21

“Os olhos do Senhor estão em todo lugar contemplando as maus e os bons” Provérbios 15.3

O motivo pelo qual a Bíblia destaca que Deus vê todas as coisas remete à futura prestação de contas. Ou seja, podemos até achar que muito do que fizemos nessa vida ficará eternamente em segredo, mas isso não é verdade. Chegará o dia em que tudo o que estava oculto será trazido à luz.

TUDO SERÁ DESCOBERTO

Nada que fazemos escondido permanecerá escondido… um dia tudo será revelado!

Soube de um pastor, muitos anos atrás, sobre quem pesavam acusações e suspeitas morais. Sua liderança o chamou várias vezes para pedir esclarecimentos, e ele sempre negou tudo. Numa dessas ocasiões, os líderes insistiram que ele fosse honesto, que abrisse o coração sobre sua real condição, pois assim poderiam ajudar a tratá-lo e restaurá-lo. Ainda assim, ele seguia negando as difamacões. Até que alguém naquela sala de reuniões, lamentando disse: “Não queríamos chegar a esse ponto…” enquanto ligava um aparelho de televisão para exibir um vídeo. Surpresa! Um de seus últimos atos imorais, que ele acreditava estar em segredo, havia sido filmado sem que ele soubesse. A cena foi exibida diante dele e de seus líderes. O flagrante de uma filmagem oculta era algo que ele jamais teria sonhado. Que vergonha!

Certamente, aquele ministro jamais teria feito o que fez se imaginasse a possibilidade de estar sendo filmado. O fato é que tudo o que fazemos está sendo registrado, ainda que não seja por uma filmadora ou qualquer outro dispositivo tecnológico que conhecemos.

Penso nesse episódio como um paralelo do que um dia acontecerá conosco. Não há nada oculto que não será descoberto, foi o próprio Senhor Jesus Cristo quem declarou:

“Portanto, não os temais; pois nada há encoberto, que não venha a ser revelado; nem oculto, que não venha a ser conhecido.” Mateus 10.2

Moisés escondeu na areia o corpo do egípcio que matara. Não sei como isso foi descoberto. Quando eu era criança e meu pai contava as histórias bíblicas, sempre brincava que Moisés esqueceu o dedão do pé do egípcio para fora da areia. Ou então sugeria que o vento poderia tê-la movido e exposto o cadáver escondido. Não sei ao certo o que aconteceu, mas tenho certeza que o neto adotivo de Faraó jamais achou que seu crime seria descoberto.

De modo semelhante, muita gente “varre a sujeira para baixo do tapete”, achando que permanecerá sempre lá. Grande equívoco! Deus disse, pelo profeta Naum que “levantaria o vestido” da cidade de Nínive:

“Eis que eu estou contra ti diz o Senhor dos Exércitos; levantarei as abas de tua saia sobre o teu rosto, e mostrarei às nações a tua nudez, e aos reinos, as tuas vergonhas.” Naum 3.5

O significado era óbvio, explicado pelo próprio texto. O Senhor mostraria publicamente a nudez que Nínive queria manter oculta. Deus iria expor as suas vergonhas. Não acredito que esse tipo de juízo se limita somente a uma cidade, na antiguidade. Na verdade, esse tipo de juízo é parte de um padrão revelado na Palavra de Deus.

JUÍZO IMEDIATO E NÃO IMEDIATO

Nem tudo o que fazemos de errado será, necessariamente, exposto de imediato, ou mesmo nesta vida. Algumas coisas demoram para vir à luz. Outras talvez só sejam reveladas no dia do juízo. E a Bíblia mostra a distinção:

“Os pecados de alguns homens são notórios e levam a juízo, ao passo que os de outros só mais tarde se manifestam.”
1 Timóteo 5.24

O que, exatamente, leva cada tipo de pecado a ser revelado antes ou depois, eu não sei. Prefiro creditar isso na conta da soberania do Deus que sabe muito bem tudo que faz. O certo é que tudo será julgado, ainda que possa ocorrer em tempos distintos na vida das pessoas.

Um dos motivos pelos quais desconfio que o juízo nem sempre se dê imediatamente é a expectativa de Deus pelo arrependimento. Um exemplo pode ser encontrado também na carta à Igreja de Tiatira, no Apocalipse, quando o Senhor repreende uma mulher que é chamada de Jezabel:

Dei-lhe tempo para que se arrependesse; ela, todavia, não quer arrepender-se da sua prostituição. Eis que a prostro de cama, bem como em grande tribulação os que com ela adulteram, caso não se arrependam das obras que ela incita. Matarei os seus filhos, e todas as igrejas conhecerão que eu sou aquele que sonda mentes e corações, e vos darei a cada um segundo as vossas obras.” Apocalipse 2.21-23

Muitos não entendem a longanimidade divina e interpretam como impunidade. Deus disse que, antes de trazer juízo, dá tempo para haver arrependimento. Ou seja, uma das razões para que o juízo não seja imediato é a misericórdia divina. Tiago, o irmão do Senhor, afirmou que “a misericórdia triunfa sobre o juízo” (Tg 2.13). Podemos dizer que ela precede o juízo, para que este não seja necessário. Mas quando a misericórdia é desprezada, o juízo certamente se manifestará!

Independentemente de as pessoas se arrependerem ou não, o que determinaria juízo imediato ou posterior, as Sagradas Escrituras ensinam que Deus julgará os segredos dos homens:

No dia em que Deus, por meio de Cristo Jesus, julgar os segredos dos homens, de conformidade com o meu evangelho…” Romanos 2.16

Sim, isso mesmo que o apóstolo Paulo está afirmando. Os segredos dos homens serão julgados! Isso implica que eles sejam primeiro revelados, antes de receberem a manifestação do juízo.
Mais do que reputação, devemos manifestar caráter – aquilo que devemos ser aos olhos de Deus mesmo que ninguém mais
nos veja. Ou seja, devemos viver conscientes de que Deus sempre nos vê e o que somos, devemos ser por causa dEle, não dos outros, quer nos vejam ou não. Primeiramente por amor, mas também por profundo temor e senso de responsabilidade.

“Deveríamos estar mais preocupados com um caráter nobre e rico do que com uma boa reputação. A popularidade pode ser alcançada muito rapidamente, mas um caráter nobre é o produto de anos de treinamento e disciplina divinos.” 

APOSTILA A MINHA ESPOSA NÃO ME AMA MAIS

  INTRODUÇÃO 1 CAPÍTULO QUANDO A ESPOSA NÃO PROCURA MAIS O MARIDO... CAPÍTULO 2 AS 10 OPÇÃO PORQUE A ESPOSA NÃO PROCURA MAIS O MARIDO....