segunda-feira, 3 de março de 2025

VIOLÊNCIA FÍSICA NO CASAMENTO

 

Violência física no casamento

violência física no casamento, infelizmente, é a realidade de muitas pessoas, especialmente de mulheres.

Pensar sobre essa temática, analisar os sinais e buscar ajuda ou oferecer a ajuda adequada são ações que contribuem para uma maior proteção e suporte às vítimas.

Neste texto, apresentamos uma série de considerações sobre a temática. Confira lendo-o até o fim.

O que caracteriza a violência física no casamento?

A violência física no casamento pode ser caracterizada como qualquer ato violento e agressivo que tenha como objetivo prejudicar e maltratar a vítima. É o caso de o agressor usar força física ou objetos para provocar dores e desconfortos físicos na vítima. Veja alguns exemplos de violência:

  • Puxões de cabelo.
  • Empurrões.
  • Tapas e socos.
  • Beliscões.
  • Uso de objetos para ferir.
  • Estrangulamento.
  • Segurar com força e contra a vontade da vítima.
  • Arranhar.
  • Bater a cabeça da vítima na parede.
  • Empurrar nas escadas.
Ciclo da violência física no casamento
Os casos de violência física no casamento podem apresentar um ciclo bastante característico e comum em um relacionamento tóxico. Abaixo descrevemos esse ciclo para que seja possível analisar a forma como ocorre a violência no casamento:

Fase de tensão: Embora todos os relacionamentos tenham momentos de tensão e desconforto, no caso de um relacionamento abusivo essa tensão costuma surgir de um modo específico. A vítima passa a sentir a tensão ao perceber gestos, tom de voz ou atitudes do abusador que têm como objetivo deixá-la acuada, com medo e anulada. Anulada no sentido de que a vítima irá fazer o possível para agradar o abusador frente à situação que ela percebe que o desagradou de algum modo. Porém, a tensão vai apenas aumentando e provocando ainda mais desconforto e medo na vítima.
Momento violento: Passada a fase de tensão, a vítima sofrerá o ataque violento do seu abusador. Este “explode” em um momento de raiva e pode agredi-la fisicamente com o intuito de “corrigir” ou “coibir” determinados comportamentos da vítima.

Lua de mel: Na terceira fase, vem o “arrependimento” do abusador. Este se mostra muito arrependido por ter agredido a vítima, pede desculpas e pode, inclusive, se mostrar “mudado”, muito carinhoso e atencioso. Nesta fase, a vítima pode acreditar que o abusador está mudando, aceitando-o mais uma vez, e é aí que o ciclo da violência física no casamento retoma o seu início.

Como saber se uma pessoa está sofrendo violência física no casamento?

Alguns sinais podem ser considerados na hora de compreender se estamos diante de uma vítima de violência física no casamento. Veja a seguir:

  • A vítima pode demonstrar um medo desproporcional do outro.
  • A vítima pode estar, a todo momento, tentando esconder algo do outro, com medo que ele descubra e possa confrontá-la. Esse medo costuma ser desproporcional. Por exemplo: a vítima pode tentar esconder que quebrou um copo do agressor, por medo de que ele possa puni-la por isso.
  • A vítima usa roupas compridas em dias quentes, como forma de esconder hematomas e ferimentos.
  • A vítima pode usar diversos discursos diferentes para justificar cicatrizes e marcas no corpo, dizendo que bateu no armário da cozinha, caiu da escada, deixou algo cair em si mesma, etc. Muitas vezes, as histórias não fazem muito sentido.
  • A vítima pode ter temor de contradizer o agressor, sempre aceitando o que ele diz, mesmo quando mostra, nitidamente, que não é o que ela deseja.
  • O isolamento social começa a aparecer. A vítima, neste caso, pode se afastar da família e dos amigos, mantendo-se próxima apenas do seu par amoroso.
  • A concentração e outras funções cognitivas começam a ficar prejudicadas.
  • A vítima apresenta alterações no peso sem causas aparentes.
  • A vítima pode demonstrar uma redução na sua independência, não tomando decisões sozinha.
  • Entre outros sinais de mudanças comportamentais, especialmente quando a vítima está perto do agressor.
  • Consequências psicológicas da violência física no casamento
  • Infelizmente, sabemos que a violência física no casamento pode ocasionar uma série de consequências severas na saúde psíquica e emocional de uma pessoa. Além disso, a saúde física também pode ficar comprometida, devido à violência sofrida com o passar do tempo.
E por falar em tempo, à medida que ele passa, a situação pode acarretar efeitos ainda mais intensos. Por isso, é muito importante oferecer ajuda à vítima para que o ciclo da violência seja interrompido o quanto antes.

Veja, agora, quais são as possíveis consequências psicológicas dos casos de violência física no casamento:

1. Danos físicos e cerebrais, que podem ser irreversíveis
Os danos físicos e cerebrais podem ser uma das consequências desse tipo de violência. Isso porque as pancadas na cabeça ou em outras partes do corpo da vítima podem resultar em efeitos severos, inclusive irreversíveis.

2. Distúrbios do sono
Os traumas vividos durante os atos de violência física no casamento podem resultar em distúrbios do sono. A vítima pode vivenciar um estado de alerta constante, resultando em casos de insônia, por exemplo.
Os pesadelos podem atrapalhar a qualidade do sono, fazendo-a sentir-se extremamente agitada e com dificuldades para dormir bem

3. Alterações alimentares
Quando pensamos em questões de saúde mental, não podemos deixar de considerar o quanto isso também influencia em nossa forma de se alimentar. Afinal, a ansiedade e a preocupação excessiva, por exemplo, podem fazer com que alguns indivíduos façam uma ingesta alimentar muito acima do adequado, bem como, em outros casos, os indivíduos podem deixar de consumir a quantidade ideal de nutrientes no dia a dia.
Por isso, quando pensamos nos casos de violência física no casamento, podemos citar as alterações alimentares como uma das possíveis consequências.

4. Disfunções sexuais
As disfunções sexuais também podem aparecer. Isso pode decorrer do fato de que algumas vítimas de violência física no casamento também sofrem com abusos sexuais. Esses abusos podem ocasionar verdadeiros “traumas”, que desencadeiam casos de vestibulodínia, por exemplo.

5. Alterações da autoimagem e baixa autoestima
A autoimagem que temos de nós mesmos, muitas vezes, ancora-se em situações que ocorrem à nossa volta.
Se formos negligenciados emocionalmente e sofrermos constantemente com críticas, comparações e violências, podemos começar a nos enxergar de forma depreciativa.
No caso da violência no casamento, portanto, a vítima pode sofrer com baixa autoestima e alterações intensas na autoimagem.
Por isso, a busca pela psicoterapia pode ser tão importante nesses casos.

6. Distúrbios cognitivos como problemas de memória e baixa concentração
Problemas de memória e dificuldade para se concentrar também são sinais que podem aparecer após a violência física no casamento ser sofrida.
A vítima pode começar a ter dificuldades para desenvolver novas aprendizagens, seja por questões emocionais, seja por questões cerebrais e físicas.

7. Transtorno de ansiedade e ataques de pânico
Os transtornos de ansiedade, ataques de ansiedade ou ataques de pânico também podem ser consequências vividas por quem sofre ou sofreu violência física no casamento.
Afinal, o estresse e a ansiedade vividos durante a relação podem ocasionar esse tipo de efeito. A pessoa fica tanto tempo em estado de alerta e com medo do futuro – medo do que o agressor fará no futuro, por exemplo -, que pode desenvolver esse tipo de quadro clínico.

8. Sentimento de vergonha e/ou medo
Muitas vezes, as vítimas de violência física no casamento podem sentir vergonha de ter vivido tudo o que viveu. Algumas, inclusive, sentem-se culpadas por não terem “escapado” da relação o quanto antes.
Embora não seja culpa da vítima, esse sentimento ainda é muito forte e pode perdurar por um tempo. Para minimizá-lo e ressignificá-lo, é possível buscar apoio de um psicólogo.
O mesmo vale para o medo: solicitar medidas protetivas e buscar apoio psicológico são ações que podem contribuir para uma redução dele.

9. Isolamento social

Durante o relacionamento abusivo, a vítima pode se ver obrigada a se afastar dos amigos e familiares. Caso contrário, as crises de violência física no casamento poderiam ser mais recorrentes – como se o agressor usasse a força para impedir que a vítima pudesse construir uma vida social.

Consequentemente, tanto durante a relação, como após o fim do casamento ou namoro, a vítima poderá sofrer por conta do isolamento social. A dificuldade para estabelecer os relacionamentos perdidos durante a relação poderá ser bem significativa.

Além disso, por medo de se envolver com outros agressores e parceiros tóxicos, a vítima também poderá se isolar de situações que possam levá-las ao engate de um novo relacionamento amoroso.

Novamente, reiteramos que o apoio psicológico pode ser muito importante nesses casos. Afinal, por meio da psicoterapia é possível encontrar potenciais mecanismos para lidar com os medos e efeitos da violência física no casamento.

10. Transtorno de Estresse pós-traumático

O Transtorno de Estresse pós-traumático é ocasionado após a vivência de uma situação extremamente ameaçadora ou catastrófica. No caso da violência no casamento, a vítima pode sentir-se exposta a situações extremas e, inclusive, pode vivenciar casos de quase morte – uma vez que a violência pode ser tão intensa a esse ponto em muitos casos.

O fato de atravessar essas situações pode resultar no desenvolvimento de TEPT. Aqui, a busca de apoio psiquiátrico e psicológico é de suma importância. Ambos oferecerão o suporte para que a vítima atravesse os sintomas e busque, no dia a dia, formas de lidar com o que sente e revive das situações traumáticas.

Os pensamentos intrusivos e repetitivos poderão ser comentados na psicoterapia, como meio de estancá-los e interrompê-los por meio do uso de estratégias e intervenções por parte do psicólogo.

O que fazer em caso de violência física no casamento?

A violência física no casamento pode provocar uma série de danos físicos e emocionais na vítima. Por isso, saber o que fazer nesses casos é importantíssimo. Abaixo descrevemos passos que a vítima pode considerar e que a família pode levar em conta na hora de dar o apoio necessário. 

Veja:

O que a vítima pode fazer

Sabemos que para a vítima não é tão simples denunciar ou buscar apoio. Às vezes, os casos de violência física no casamento são tão frequentes que ela pode nem perceber que, na verdade, está em um relacionamento tóxico.

Contudo, analisar a situação, perceber os sinais de agressão e buscar ajuda é imprescindível para proteger a vida e a saúde. Veja abaixo algumas recomendações pertinentes:

1. Queixa na delegacia de polícia

A queixa pode ser feita em uma delegacia, bem como a mulher pode ligar para o 180 – Central de Atendimento à Mulher.

Nessa central, a mulher receberá informações sobre os locais em que pode prestar queixa, como por exemplo, na Casa da Mulher Brasileira, nos Centros de Referências, nas Delegacias de Atendimento à Mulher (Deam), nas Defensorias Públicas, nos Núcleos Integrados de Atendimento às Mulheres, entre outros (Fonte).

2. Busca de uma rede de apoio

Buscar uma rede de apoio também pode ser um caminho relevante nesses casos. Você pode conversar com algum amigo de confiança ou com seus familiares, solicitando apoio nesse momento tão difícil.

Não tenha vergonha de pedir ajuda. Você não está fazendo nada de errado. Pelo contrário! Está apenas lutando pela sua vida e integridade, colocando-se em primeiro lugar. Isso é muito importante para manter a saúde e a qualidade de vida. Cuide-se e busque apoio de quem você confia

3. Afastamento do agressor

Afaste-se do agressor assim que possível. Você não precisa se preocupar em criar justificativas para a sua ausência, pois é um direito seu afastar-se daquilo que faz mal.

Sendo assim, você pode procurar apoio de conhecidos para manter-se longe do agressor.

Evite, inclusive, dar informações sobre o local que você ficará hospedada, a fim de evitar que o agressor a procure.

4. Buscar apoio psicológico

Durante o processo de separação vivido ao afastar-se do agressor, você pode considerar a busca de apoio psicológico frente à situação.

Afinal, sabemos que esse processo de mudança pode ser bastante difícil e doloroso em muitos casos. Não tenha vergonha de chorar, sofrer e precisar desse tipo de apoio.

É um direito seu buscar o que pode fazer bem a você e à sua saúde.

Sendo assim, considere a psicoterapia como forma de impulsionar os cuidados com você mesma frente às explosões de emoções e experiências negativas que possa estar vivendo. Você não precisa enfrentar tudo sozinha.

5. Se não houver rede de apoio, procurar um alojamento temporário

Infelizmente, sabemos que nem todas as mulheres têm uma rede de apoio sólida com quem podem contar. No entanto, existem Casas de Abrigo que têm como objetivo oferecer alojamento temporário para mulheres vítimas de violência física no casamento.

Você pode encontrar abrigo ao discar 180 pelo telefone e solicitar informações sobre os alojamentos disponíveis na sua cidade.

Lembre-se de que esse alojamento tem como propósito protegê-la e oferecer um cuidado a mais para você. Sendo assim, não tenha vergonha de buscar apoio! Você merece esse cuidado.

O que a família e os amigos podem fazer

Caso você conheça uma pessoa que esteja sofrendo com violência física no casamento, você mesmo pode colocar medidas em prática que auxiliem no apoio e na ajuda nesses casos. Veja a seguir o que pode ser feito nessas situações:

1. Denúncia

Você também pode fazer a denúncia dos casos de violência física no casamento. Para isso, é possível discar para os números abaixo e solicitar ações que contribuam para a proteção da vítima:

Disque 190 para chamar a polícia em situações urgentes.

Disque 180 para denunciar casos de violência física no casamento.

2. Acolhimento e apoio

Acolher e apoiar a vítima também é uma forma de ajudá-la diante de uma situação tão difícil e complicada. Você pode oferecer abrigo, apoio emocional e escuta ativa no dia a dia.

Apenas tenha o cuidado de não “forçar” que a vítima fique falando sobre o assunto. Lembre-se de que a situação pode ser bastante dolorosa e difícil para ela. Por isso, respeitar o tempo de assimilação da vítima, dando apoio de acordo com os limites dela, também é algo muito importante.

3. Incentivo à psicoterapia

Incentive a vítima a procurar ajuda psicológica. Esse tipo de ajuda poderá oferecer a ela a oportunidade de falar sobre as emoções, encontrar apoio emocional para o dia a dia, bem como poderá servir de base para a psicoeducação, que é quando o profissional psicólogo orienta o indivíduo sobre as suas condições, sobre o que pode ser feito diante da situação de violência, e assim por diante.

Além disso, a autoestima e o autoconhecimento da vítima poderão ser trabalhados nesse processo, sendo que ambos são essenciais para o fortalecimento da saúde mental.

Por isso, ofereça apoio nesse sentido e impulsione a vítima a buscar esse tipo de ajuda profissional.


ASPECTOS PSICOLÓGICOS DA INFIDELIDADE

 

Aspectos psicológicos da infidelidade

Pensar nos aspectos psicológicos da infidelidade nos permite abrir um leque de reflexões acerca dessa temática tão polêmica. Podemos, assim, pensar nas perspectivas de quem trai e de quem é traído, bem como pensar nas possíveis consequências da descoberta da traição.

Para tanto, convidamos você para acompanhar este texto até o fim.

Aspectos psicológicos da infidelidade - percepção de quem trai

Nem sempre a pessoa que trai o parceiro ou a parceira tem a intenção de, simplesmente, atingir o próprio relacionamento. Os aspectos psicológicos e as motivações podem ser diversas, convergindo com a história de vida e as perspectivas que o sujeito pode ter construído, ao longo de sua trajetória, sobre relacionamentos amorosos.

Vamos pensar em alguns pontos? Acompanhe:

1. Normalização da infidelidade na família

Em alguns casos de relacionamento extraconjugal é possível se deparar com indivíduos que tiveram, ao longo de suas vidas, contato com relacionamentos conturbados dentro do ambiente familiar.

Isto é, caso o indivíduo cresça em um lar no qual a traição é recorrente e, de certo modo, normalizada – ou ignorada -, ele pode compreender a traição por essa perspectiva – como algo que acontece “com todo mundo”, e que é normal e pronto.

Sendo assim, embora a traição seja vista como negativa, o indivíduo pode entendê-la como parte do cotidiano, levando-se às aventuras extraconjugais.

2. Sensação de distanciamento físico e emocional do parceiro

A rotina corrida e a quantidade de tarefas que devem ser executadas pelas pessoas, nos dias atuais, podem levá-las a um distanciamento físico e emocional dentro do relacionamento.

Esse distanciamento, muitas vezes, pode abrir brechas significativas na vida de muitas pessoas. Essas brechas, quando “preenchidas” por um terceiro, podem resultar em relacionamentos extraconjugais.

Sendo assim, um dos aspectos psicológicos da infidelidade, que podemos considerar, é, justamente, esse ato de buscar em um terceiro a falta que se encontra dentro da relação.

Embora isso não justifique o comportamento, de fato pode ser uma mola que impulsiona o sujeito.

3. Desejo de viver novas experiências

A monotonia e a “rotina” de um relacionamento pode ocasionar o aparecimento de um desejo de vivenciar novas experiências, que instiguem a curiosidade e mudanças significativas na vida sexual do indivíduo.

Sendo assim, esse é outro ponto que pode aparecer quando pensamos nos atos de infidelidade.

4. Problemas com a autoestima

A autoestima no casamento e na vida pessoal do indivíduo pode impactar na sua forma de se ver e de se sentir diante dos outros.

Quando a autoestima está abalada e um terceiro se aproxima, demonstrando interesse no indivíduo, é possível que a pessoa encontre no relacionamento extraconjugal uma forma de fortalecer o seu amor-próprio.

É como se essa aprovação alheia fosse necessária para a pessoa se sentir verdadeiramente atraente e interessante.

Esses problemas de autoestima podem ser ainda mais evidentes em relacionamentos conturbados e quando há o distanciamento entre o casal, que faz com que o indivíduo duvide de suas qualidades e pontos positivos.

Contudo, isso não justifica a traição, mas pode nos fazer pensar no quanto a comunicação no relacionamento, para o alinhamento de expectativas e esclarecimentos, poderia contribuir para que o relacionamento extraconjugal fosse, de alguma forma, evitado

5. Desejo de findar o relacionamento

Os relacionamentos amorosos podem ser bastante complexos, uma vez que reúnem os pontos de vista e as angústias de duas pessoas com duas histórias de vida completamente diferentes.

Sendo assim, quando a necessidade de término surge, mas o indivíduo que tem esse desejo não consegue bancar o seu lugar – ou seja, o lugar daquele que solicita o término -, é possível que a traição sirva de “deixa” para que o outro tome a iniciativa de terminar o relacionamento.

Embora isso possa parecer bastante cruel, infelizmente é a realidade em muitos casos.

6. Pressão social e dos amigos

Na tentativa de ser aceito em um grupo social específico, o indivíduo pode se deixar levar pelas pressões dos amigos na hora de ter comportamentos infiéis no dia a dia. É o caso de um jovem estar com os seus amigos em uma festa e estes os instigam a ir atrás de uma determinada pessoa presente no ambiente.

Caso ele não tome essa atitude, poderá ser diminuído ou “zoado” dentro do grupo de amigos, resultando em um impacto na autoestima do sujeito.

Essa pressão e a normalização da traição em alguns grupos sociais, especialmente no que se refere à infidelidade masculina, pode ser um dos motivos pelos quais o comportamento ocorre. Em essência, seria o desejo de “ser aceito”.

7. Acúmulo de insatisfação no relacionamento

A falta de diálogo no relacionamento que pode ocasionar o acúmulo de insatisfação, dos dois lados, pode ser um dos aspectos psicológicos da infidelidade. Isto é, a infelicidade e insatisfação com a relação atual pode levar a pessoa a procurar, “do lado de fora”, algo que a ajude a suprir suas necessidades emocionais, por exemplo.

Novamente, reiteramos que isso não justifica o comportamento, apenas nos faz pensar que as motivações para a traição podem ser as mais diversas.

8. Arrependimento e culpa

Superar o arrependimento após uma traição não é algo simples. A pessoa que trai pode experimentar um sentimento de tristeza, culpa e pesar bastante intensos. Isso porque o arrependimento pode fazer com que os pensamentos repetitivos sobre a situação se tornem ainda mais frequentes.

Caso o casamento chegue ao fim, esses sentimentos poderão ser ainda mais intensos e desgastantes.

Neste caso, o ideal é procurar apoio psicológico para lidar com todas as sensações e angústias sentidas.

9. Baixa autoestima e autocrítica elevada

A autoestima baixa e a autocrítica elevada também podem ocasionar impactos psicológicos no indivíduo que trai.

Se ele se arrepende, pode se sentir uma pessoa desprezível e indigna do amor do outro. Isso pode pesar na sua autoimagem e fazer com que o sujeito seja extremamente crítico consigo mesmo no dia a dia, resultando em outras questões psicológicas e emocionais mais tarde.

10. Remorso, tristeza e desespero

O remorso caminha ao lado do sentimento de culpa, que mencionamos acima, com um acréscimo de emoções como a tristeza e um sentimento de desespero frente ao que tem acontecido na vida a dois.

Esses sentimentos podem aparecer de forma bastante intensa e desorganizada, fazendo com que a pessoa reviva, constantemente, os próprios comportamentos de traição que cometeu – resultando em impactos na vida cotidiana e na saúde mental de forma geral.

Aspectos psicológicos da infidelidade - percepção de quem é traído

Quando pensamos nos aspectos psicológicos da infidelidade, não podemos deixar de lado as perspectivas que envolvem a pessoa que foi traída.

Afinal, ela também tem um papel importante nessa história, e pode atravessar uma série de emoções distintas frente a essa situação.

Veja abaixo alguns pontos que podem servir de reflexão:

1. Frustração e quebra da idealização

Quando nos apaixonamos, costumeiramente idealizamos a outra pessoa. Jamais imaginamos defeitos que possam ser caracterizados como “intensos”. Mas sim, a paixão pode “nos deixar cegos” frente ao outro, imaginando-o como um ser perfeito e impecável.

Assim sendo, quando há a descoberta da traição, a frustração pode marcar uma presença bem intensa na vida da pessoa traída. Ela pode se sentir perdida frente à quebra da idealização, pois a pessoa que ela fantasiou e imaginou conhecer se mostrou, agora, um pouco diferente de tudo aquilo que foi imaginado na mente da pessoa traída.

Essa quebra de idealização provoca uma desilusão e uma decepção amorosa, que ocasiona efeitos nas emoções e na vida da pessoa.

2. Sentimento de baixa autoestima

Ao perceber que foi “trocada” por um terceiro, a pessoa traída pode começar a se questionar quais são os seus defeitos que podem ter levado o outro ao comportamento infiel.

Embora não necessariamente uma coisa tenha relação com a outra, a pessoa ainda se sente culpada por ser traída, diminuindo a sua autoestima ao se sentir insuficiente.

A sensação de “não dar conta”, a ponto de o outro procurar atributos em um terceiro, pode ocasionar muita dor emocional na pessoa traída.

No entanto, é importante relembrar que nem sempre a traição ocorre porque o relacionamento está ruim. Ela pode acontecer por uma série de motivos, e mesmo que a justificativa seja o relacionamento ruim, é importante considerar que nenhum relacionamento é feito com a dedicação de apenas um lado. Se há faltas na relação, ambos os envolvidos têm “culpa

3. Desejo de vingança contra o “rival” ou o parceiro

O desejo de vingança, tanto do parceiro, quanto do rival, também é um dos aspectos psicológicos da infidelidade, quando pensamos na pessoa traída.

Isso porque a sensação de ter o seu “ego ferido” pode resultar em uma revolta na qual a pessoa busca, de alguma forma, “dar o troco”. Seja expondo o amante, seja traindo o parceiro, por exemplo.

São diversas as formas de vingança que a pessoa traída pode arquitetar em sua mente, porém, é importante frisar que esse sentimento não é saudável, embora pareça a cura para a dor emocional.

Afinal, após concretizar a vingança, outros sentimentos negativos e mal resolvidos podem vir à tona. Por isso, procurar apoio psicológico antes de agir de forma impulsiva pode ser mais positivo.

4. Desconfiança e angústia no relacionamento

Embora a pessoa possa decidir seguir com o relacionamento, os sentimentos de desconfiança e angústia podem se tornar presentes.

Quando não escutados e elaborados, podem se acumular na vida psíquica do indivíduo, levando-o a uma sobrecarga emocional e a problemas no relacionamento.

Afinal, é necessário atravessar o luto e ressignificar a situação para que a desconfiança comece, aos poucos, a se dissolver, dando passagem para uma nova fase no relacionamento.

Porém, se os sentimentos são negligenciados, se não houver comunicação no relacionamento sobre o que se sente e se o indivíduo continuar alimentando uma desconfiança profunda, sem conseguir controlar o ciúme, por exemplo, o relacionamento pode fracassar e ambos podem sofrer psicologicamente.

5. Sentimento de desrespeito

A pessoa pode se sentir violada ao descobrir que foi traída pelo parceiro. Esse sentimento de desrespeito pode ocasionar angústia, sentimento de injustiça e revolta frente à situação.

6. Vontade de saber o motivo

Em paralelo às questões relacionadas à autoestima da pessoa traída, esta pode se sentir instigada a tentar entender o motivo da traição. Ela busca, no parceiro, compreender por que ele pode ter feito aquilo, se era única e exclusivamente para atingi-la.

Embora o parceiro possa dar as suas devidas explicações, ainda assim a pessoa traída pode se sentir instigada a “cavar” mais informações, tornando-se, de certa forma, muito focada na situação para tentar compreender a causa e efeito por trás da traição – embora uma traição seja multifatorial.

Essa “obsessão” pode ocasionar problemas emocionais em ambas as partes.

7. Raiva, indignação e decepção

Sem dúvidas, o sentimento de raiva e indignação também pode aparecer. Em concordância ao processo de luto vivido, a pessoa pode se revoltar com a descoberta, sentindo uma sensação de decepção.

8. Sentimento de tristeza e mágoa

Ainda em concordância com o processo de luto, ao atravessar a fase da revolta e da raiva a pessoa pode, mais tarde, vivenciar sentimentos de tristeza e mágoa bastante significativos.

Respeitar todo esse tempo de luto para, mais tarde, retomar o equilíbrio emocional, é muito importante. Assim, é possível dar tempo ao tempo, respeitando os limites emocionais do indivíduo e viabilizando um dia a dia mais saudável.

Reflexões na pós-descoberta

A pós-descoberta, quando elaborada, pode resultar em efeitos significativos no relacionamento. Alguns podem dar continuidade à relação, enquanto outros podem findar um casamento de anos.

Cada caso sempre será um caso, e cabe ao casal avaliar os prós e contras da situação, pensando nas suas próprias emoções, perspectivas sobre a vida, etc.

Abaixo trouxemos alguns dos cenários que podem ser vivenciados após a descoberta da traição:

1. Visão mais clara do relacionamento

Muitas vezes, o relacionamento apresenta sinais de estar desgastado, mas ambos os lados nem se dão conta do ocorrido. A rotina corrida e o excesso de atividades diárias atrapalham a compreensão do que realmente está acontecendo.

Porém, com a descoberta da traição é possível voltar um olhar mais atento para o relacionamento. O casal pode começar a ponderar sobre os seus pontos mais fracos e fortes, pensando tanto no fortalecimento da relação, quanto no término.

2. Possibilidade de reequilibrar a relação

Um relacionamento saudável não é livre de problemas e crises, mas sim, conta com a ajuda mútua para reequilibrar as situações que podem ser negativas.

Sendo assim, quando pensamos nos aspectos psicológicos da infidelidade também podemos pensar na possibilidade de o casal se reaproximar e buscar, dentro da relação, formas de lidar com a situação e vivenciar um equilíbrio no amor outra vez.

Tudo isso considerando, ainda, a ressignificação do que aconteceu. O que a traição representou para a vida de ambos? Como ela abalou e, possivelmente, fortaleceu a relação? Esses e outros questionamentos podem ser interessantes neste momento

3. Processo de separação

Dependendo dos impactos vividos na relação, o processo de separação também pode ser cogitado por uma ou por ambas as partes. Esse processo pode ser bastante doloroso, como pode ser mais “leve” para algumas pessoas, afinal, a decisão de desmanchar por conta do distanciamento do casal, por exemplo, pode tornar o momento mais fácil de elaborar.

Contudo, não existe regra. Cada pessoa e cada casal irá lidar com a separação de forma diferente. Por isso, manter o diálogo e buscar fazer a separação de forma amigável é um caminho interessante.

A terapia de casal ou individual pode ser relevante nesses casos

A terapia de casal também pode auxiliar neste momento. Se o casal deseja manter a relação, mas as questões relacionadas à traição estão sendo difíceis de assimilar, a terapia poderá servir de base para reflexões, melhora na comunicação e abertura de novas visões sobre a vida a dois.

Ao mesmo tempo, a terapia individual pode auxiliar no fortalecimento da autoestima, nas mudanças de perspectivas e expectativas, e na criação de novos planos para o casal ou, para quem decide terminar, para a vida de solteiro.

Por meio das terapias é possível encontrar novas vias, desenvolver novos projetos de vida, atravessar as crises emocionais e encontrar novos pontos de vista para a situação vivida. Tudo visando um aumento da qualidade de vida e um cuidado a mais com a saúde mental. Cuide-se e considere essas possibilidades.

APOSTILA A MINHA ESPOSA NÃO ME AMA MAIS

  INTRODUÇÃO 1 CAPÍTULO QUANDO A ESPOSA NÃO PROCURA MAIS O MARIDO... CAPÍTULO 2 AS 10 OPÇÃO PORQUE A ESPOSA NÃO PROCURA MAIS O MARIDO....